O árbitro apitou e apoderou-se de mim um desejo imperativo de parar aquela bola, como se toda a minha vida tivesse sido uma corrida para chegar áquele momento. Voei para a direita quase antes de a bola partir, estiquei-me no ar projectando os dois metros do meu corpo durante um momento que pareceu não mais acabar, até sentir um impacto violento na mão direita, que a fez rodar em torno do pulso.
Caí em voo no chão, doeram-me as costelas, o rosto bateu no solo, indefeso, senti a minha boca mordida por relva e terra húmida. Um 'ooooh' de frustração soltado por 200 mil gargantas reverberou então no estádio, irreal como um canto de sereia num dia de trabalho.
Grande voo e tantas mazelas.
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